Apresentação Pessoal

Antes de eu me apresentar, vou trazer aqui um texto que eu escrevi há algum tempo atrás sobre quem sou eu.

Eu sou meu nome ? Claro que não ! Eu sou meu corpo ? Claro que não ! Eu sou minha mente ? Claro que não ! Eu sou meus pensamentos ? Claro que não ! Eu sou a minha imagem no espelho ? Claro que não ! O que eu sou então ?Bem, a questão primeira é: o que é o "Eu" ? O Eu, é uma idéia, dual da realidade. Pois onde há o eu, há também o outro. Então a realidade seria formadas por muitos "eus" e um eu percebe os outros eus como outros. Mas isso é uma ilusão pra que possamos criar nossa identidade. Pois perceba, se eu não sou meu nome, meu corpo, minha mente, meus pensamentos, eu não existo. Mas na verdade o eu seria formado por tudo isso junto. E consensualmente o eu de cada um é formado fisicamente pelo seu corpo físico, corpo biológico e por sua subjetividade. Mas ai é que está. Fisicamente nós não estamos separados um dos outros. Só aparentemente. A física quântica já nos mostrou que todo o Universo é uma grande massa de energia totalmente conectada. O núcleo de um atómo é infinitamente pequeno e os eletrons mais ainda. O que dá a noção de materialidade dos corpos é o movimento dos eletrons, que estão "em todos os lugares" de um átomo ao mesmo tempo. Mas um átomo é essencialmente vazio. Então, fisicamente há uma possibilidade da gente atravessar paredes e tudo mais... mas sim, o que tudo isso tem haver ? A idéia é, que todos em qualquer parte do universo estamos conectados, formando uma única massa energetica. A partir dessa noção já podemos começar a perceber a ilusão de muitos "eus". Já na parte subjetiva de cada ser podemos notar que nossos pensamentos, sentimentos e
emoções são perpassados por muitas outras subjetividades. E isso também dá uma idéia de unicidade universal. Onde a mente cria a noção de ego pra se constituir como um Universo própria. Pura ilusão. Pois então, o "renasço e morro a cada momento", faz referência a idéia do ego, que está a todo momento em mudança. E também é atingida por a idéia da consciência e memória de cada ser. Por exemplo, se um individuo tiver uma amnesia total, e esquecer até mesmo o próprio nome, ele ainda é ele ? Não seria quase o mesmo dele ter morrido e reencarnado nele mesmo ? Porque a idéia de ressurreição diz que o corpo físico do indivíduo morre, mas seu espírito continua vivo pra nascer em outro corpo, e quando ele renasce em outro corpo ele esquece todas as suas outras vidas vividas. O que eu quero passar é que, quantas vezes nós não já fizemos coisas que depois paramos pra pensar "puts... como foi que eu fiz aquilo ?", ou , "puts, não consigo lembrar daquilo". Isso seria o renascer e morrer. Porque a todo momento você está mudando. Antes de nascer fisicamente, quem era você ? E depois de morrer, quem será você ? Você era parte espermatozoide e parte ovulo. E voltando na história evolutiva, antes de seus pais nascerem, quem era você ? Quando morrer seu corpo biológico provavelmente irá se decompor, gases de seu corpo irão pra atmosfera, sua carne se juntará a terra e irá virar adubo.Afinal, me propus a expor a idéia da ilusão do Eu. A unicidade do Universo. A inifinitude dos seres. Entre outras coisas.

Depois desse texto vou falar um pouco mais sobre quem sou eu. Bem, meu nome é Juliano, mas isso não diz nada sobre mim. Todas as definições, todos os conceitos, todas as medidas não chegarão na minha essência. Mas isso é muito metafísico, vamos falar da "realidade". Eu sou um cara que tenho 20 anos de idade. Faço psicologia na Universidade Salvador, estou no quinto semestre. Gosto de escrever, tenho um blog
www.herrschreiber.blogspot.com. Estou em um processo de investir mais na minha prática espiritual estudando budismo e meditando sempre que estou motivado a meditar. Busco um dia quem sabe, atingir o nirvana, heheheheh. E é isso. Um aprofundamento psicológico sobre meu eu, ou talvez ego, pode ser encontrado no meu blog citado acima.

Apresentação da Disciplina

O nome desta disciplina é Psicologia Geral IV, e seu foco é o da aprendizagem. Ela é desenvolvida a partir do estudo dos processos que envolvem a aprendizagem. Faz interligação entre os níveis, biológico, psicológico cognitivo, afetivo, social, que modelam e se co-interferem na aprendizagem. Durante a disciplina é apresentado algumas definições a cerca da aprendizagem. E os teóricos principais que fundamentam essa disciplina são: Piaget, Vygotsky e Wallon. Mas podemos perceber também a influência de outros autores como Skinner e Carl Rogers. Esta disciplina é marcada por uma forte interação entre o professor e os alunos em sala de aula, onde a professora cria um clima que facilita a aprendizagem do alunos. As avaliações são direcionadas para conteúdos bem pessoais, pois vem pra quebrar a idéia de que a aprendizagem está intrinsecamente relacionada a desempenho e aceitando as particularidades que cada um tem para aprender. Isso demonstra que esta disciplina além de trazer conteúdos teóricos, articula muito bem com a prática, propiciando aos alunos um modelo de ensino-aprendizagem pautado nas individualidades mas unindo a teoria ao contexto coletivo.

Quadro de Metacognição

O QUE SEI?

  • Vygotsky falava sobre a zona de desenvolvimento proximal.
  • Pra Vygotsky as pessoas aprendem do meio externo.
  • Para Piaget a aprendizagem se dá de dentro pra fora do indivíduo.
  • Piaget Trabalha com termos como acomodação e assmilação.
  • O behaviorismo é fundamentado por reforçamentos e punições.
  • A psicologia humanista com fenomenologia.
  • A cognitiva com crenças.

O QUE QUERO SABER?

  • Técnicas de aprendizagem acelerada.
  • Como saber qual a melhor metodologia de ensino-aprendizagem para um determinado indivíduo?

COMO?

  • Utilização de técnicas de relaxamento
  • Hiperventilação
  • Massagem
  • Alongamento
  • Música clássica
  • Debates em sala de aula

Definições de Aprendizagem

Início da disciplina:

A aprendizagem é o processo pelo qual o indíviduo modifica-se como um todo.

Ao final da disciplina:

A aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo capta os estimulos do meio externo e interliga as informações externas com as informações internas, ocasionando modificações em seu comportamento.

Piaget

Para mim, basicamente a aprendizagem seria o processo em que o sujeito constroe o conhecimento. Pensando de um ponto de vista evolutivo e de manuntenção da espécie humana, creio que os indíviduos tendem a buscar o conhecimento em via das suas necessidades para um melhor domínio da realidade. Mas para que ele construa o conhecimento é necessário a ativação de alguns processos psicológicos, que são: a motivação, a atenção e a memória. A motivação seria realmente o quanto o indivíduo está interessado por algo. A motivação também se relaciona às necessidades do indíviduo. Muitas vezes em sala de aula eu não consigo me motivar para determinadas aulas pois não sinto necessidade no que se está sendo apresentado. Pois eu posso muito bem depois pegar um livro, ler e aprender a mesma coisa. Minhas necessidades dentro das instituições de ensino, escola e universidade sempre foram e são basicamente pautadas na nota, nas avaliações. E consequentemente a motivação da pessoa, que é colocada numa situação de ensino-aprendizagem, influencia na atenção que irá corroborar sobre a retenção, sobre a captação e memorização do que está sendo apresentado. A nossa memória seria uma espécie de certificação interna da nossa própria aprendizagem. Essas relações de motivação, atenção e memória foram mais bem exploradas em sala de aula, com a teoria de Gagné, quando a gente teve a tarefa de organizar por ordem os processos de aprendizagem definidos por ele.
O que mais me intriga dentro do estudo da aprendizagem é a observação do que foi aprendido. O que normalmente é passado para nós nas avaliações escolares e mesmo dentro da universidade, é que devemos de certa forma poder reproduzir aquilo que foi passado. Reproduzir o comportamento mostrado. E os sistemas de ensino vigentes se preocupam mais com o desempenho dos alunos, do que com a aprendizagem em si.
Foi-se discutido em sala de aula a relação da aprendizagem com o desenvolvimento. E eu pude perceber que ocorre uma complementariedade e um movimento cíclico entre esses dois processos e são totalmente interligados. O indíviduo em um certo momento só consegue aprender determinada coisa se seu organismo estiver desenvolvido o suficiente. Mas isso eu irei falar mais a frente quando eu tratar especificamente de Piaget. Porque entra também a noção dos conceitos de assimilação, acomodação e equilibração.
Há muitos preconceitos em relação ao behaviorismo, e consequentemente ao tratamento teórico do behaviorismo a cerca da aprendizagem. Só que para mim, o behaviorismo é uma abordagem extremamente interessante, pois ao contrário do que se é passado, o behaviorismo vê o sujeito influenciado pelo meio, mas o sujeito também cria o meio onde ele está. O sujeito modifica e é modificado pelo meio. O preconceito que se tem é de que o behaviorismo reduziria o sujeito a uma simples máquina humana, mas o que não é verdade. Princinpalmente na aprendizagem. E Skinner, pensando no processo de ensino-aprendizagem pensou a educação em cima do reforçamento positivo e não da punição. É comprovado que ao ensinar um indíviduo através da punição, da coerção e nesse sentido visando o que não se quer, ele invariavelmente irá apresentar o comportamento “desviante”.
Dentro da pespectiva cognitivista foi-se apresentado alguns autores: Bruner, Ausubel e Piaget. Bruner focava a aprendizagem como um processo ativo do sujeito. Onde o professor faria perguntas que estigassem a curiosidade dos alunos a fazerem descobertas únicas. Pensando na teoria de Gagné, se relaciona completamente com a noção de pertinência da motivação com a aprendizagem. E uma coisa muito interessante que Bruner propõe é o currículo escolar organizado em espiral acompanhando o desenvolvimento do sujeito. Eu consigo fazer uma relação ai com o método de fotoleitura que eu utilizo para ler meus textos. Na verdade o processo de fotoleitura seria um aprofundamento sistemático do texto. Em começo folheando as folhas do texto de forma bem rápida, mais ou menos uma página por segundo. Em seguida eu folheou o texto em busca de palavras chaves. Depois eu vou olhando o texto mais devagar e parando e lendo algumas frases que eu acho significativa. Dou alguns minutos para processar as informações a nível inconsciente, e volto ao texto, agora lendo mais aprofundadamente. O engraçado que esse processo também envolve a assimilação, acomodação e equilibração. Mas de uma forma bem dinâmica. E isso que o que Bruner propõe seria revolucionário pois a medida que o sujeito vai aprendendo e vai se desenvolvendo, os conteúdos, assuntos e novos conhecimentos apresentados a ele serão gradativamente aprofundados.
Ausubel, também cognitivista, foi quem cunhou o termo “aprendizagem significativa. A teoria que ele construiu para mim mostra a realidade do nosso ensino expositivo, ao contrário do que ele propõe que seria o ensino por descoberta. O engraçado é que eu sempre me questionei e me questiono ainda para que eu ia para escola e para que eu vou a universidade, já que o nosso ensino é focado em uma atividade mecânica de memorização do conteúdo. Eu poderia muito bem passar o semestre todo dentro de casa e só ir para a universidade para entregar e fazer avaliações e apresentar trabalhos. Pensando nisso eu acredito que então, os alunos poderiam estudar os assuntos, o conteúdo em casa e ir na universidade tirar dúvidas com os professores. Ao invês de cada turma ter uma sala, o professor é que teria uma sala só para ele, e teria os horários de tirar as dúvidas do conteúdo lido. Só iriam os alunos que realmente leram os textos e os alunos se responsabilizariam mais pelo próprio conhecimento.
Mas minha verdadeira paixão é na teoria humanista. Quanto mais eu leio as obras de Carl Rogers, mais eu fico fascinado com a pureza do tratamento ao humano, a pessoa. Eu não consigo pensar em algo mais ideal para mim, do que vivenciar um processo de ensino-aprendizagem construido de forma humana. Como eu expus na minha outra reflexão, antes de aluno, ou professor, os indivíduos são pessoas. Só que percebo que é muito difícil a utilização completa dessas idéias em uma aplicação em nosso sistema de ensino vigente, autoritário e hierarquizado. Pois a abordagem humanista dá a liberdade a pessoa que ela própria construa o conhecimento. E nossa cultura também impossibilita a utilização mais humanizada de ensino, pois tem-se o medo de que tudo vire uma “baderna”, uma “anarquia” e que ninguém consiga aprender nada de verdade. Mas cada um tem sua forma de aprender, de se viver, de estar no mundo e deveria ser respeitado isso.
Finalmente falarei um pouco sobre Piaget. Piaget divide o desenvolvimento cognitivo em quatro fases. Essa distinção é importante quando se é correlacionado à aprendizagem. Pois como eu explicitei anteriormente, o desenvolvimento e a aprendizagem caminham juntamente interligadas. Hoje em dia, claro, as idades não são necessariamente as mesmas propostas por Piaget em cada nível, pois o contexto sócio-histórico é outro, só que invariavelmente todos os quatro períodos ( sensório-motor, pré-operacional, operacional-concreto, operacional-formal ), irão ser passados pelo indíviduo nessa mesma ordem, pode ser mais rápido, ou mais devagar, mas sempre seguindo está ordem. Porém é claro, alguns indivíduos mesmo estando em um determinado período, podem apresentar características de períodos anteriores. Pois s passagem de estágio não ocorre de maneira abrupta, mas progressiva.
Piaget coloca que as informações são estruturadas cognitivamente através de esquemas mentais por meio de da assimilação, acomodação e equilibração. Por exemplo, logo de início quando eu estava aprendendo a jogar xadrez, quando eu estava ainda aprendendo as regras do jogo, ou quando eu observava outras pessoas jogando, eu assimilava as informações com meus esquemas anteriores. Que no caso era o jogo de dama. Muitas informações do jogo de dama eu tentava assimilar com o de xadrez para poder acomodar as informações. Isso seria o processo de equilibração. Só que depois de um tempo, os meus esquemas anteriores provenientes do jogo de dama e talvez de outras fontes de conhecimento já não eram suficientes, então eu tive que criar esquemas mais específicos para o jogo de xadrez.
Piaget trás uma nova visão ao erro, na aprendizagem. Ele diz que o erro é importante, pois cria um desequilíbrio dos esquemas, marcando a necessidade de ajustes, modificações ou até mesmo a criação de novos esquemas. No exemplo que eu dei acima por exemplo, eu poderia ter tentado mover uma peça do xadrez, como eu movia uma peça da dama, só que daí a pessoa com quem eu estava jogando iria me advertir que eu estava cometendo um erro, fazendo com que eu ajustasse meus esquemas prévios.

Vygotsky

Vygotsky foi um intelectual que nasceu e viveu na antiga União Soviética. Cresceu em um ambiente familiar intelectualizado, que pode ter dado a ele uma visão de sua própria subjetividade em relação a sua teoria a respeito da Zona de Desenvolvimento Proximal. Morreu jovem, com 37 anos, apesar disso deixou uma grande produção escrita. Porém ele não pôde fazer uma construção mais significativa de sua teoria, assim como fez Piaget, que escreveu livros e livros e embasou fortemente sua teoria ao longo de mais de 50 anos se não me engano. Vygotsky teve uma grande influência do materialismo histórico e dialético de Marx e Engels, podendo-se perceber em sua teoria uma análise sócio-histórica da condição humana.
Ele estava interessado em estudar os processos mentais superiores. Os pensamentos, a consciência, as diferenças entre as representações mentais entre os humanos e os outros animais. É a partir daí que eu começo a perceber um pouco de semelhança na teoria de Vygotsky e a teoria Behaviorista. Claro, que pautadas em aspectos relativos. Semelhantes, porém não iguais. Me refiro ao conceito de mediação, que é essencial para se entender os estudos vygotskianos em relação aos processos mentais superiores. Para Vygotsky, quando o sujeito é estimulado emitindo uma determinada resposta, há um elemento que liga, que faz a mediação entre o estímulo e a resposta. Então Vygotsky faz a distinção de dois tipos de elementos mediadores: os instrumentos e os signos.
É interessante perceber as influências do meio social em que ele vivia para construir suas teorias. A União Soviética estava impreganada pelas idéias socialistas. As relações do homem e o trabalho. Um modo de ver o mundo baseado na produção material, do sujeito que constrói sua história a partir da relação com o seu meio natural e social. E é o trabalho que pode fazer essa ligação entre o homem e a natureza. E para que o homem aja sobre a natureza, o elemento mediador Vygotsky coloca em sua teoria, é o instrumento. O instrumento faz a ligação entre o trabalhador e o objeto a ser trabalhado. Os animais também se utilizam de instrumentos, porém o fazem de forma rudementar, se utilizando de elementos já feitos da natureza. O homem tem a capacidade de criar instrumentos altamente específicos.
Assim Vygotsky já começa a demonstrar a característica básica de seu arcabouço teórico que seria a famosa premissa “de fora para dentro”. Pois os signos seriam analogamente instrumentos de trabalho, mas do trabalho mental. Os signos servem como auxiliar na criação da realidade subjetiva. No filme Náufrago, as marcações com traços na parede indicavam os dias, meses e anos.
Com o desenrolar da evolução humana e hoje em dia, com o desenvolver do indivíduo os signos passam a ser internalizados. O homem então cria os sistemas simbólicos possibilitando a organização dos signos de forma complexa e articulada. Um exemplo disso é a evolução da escrita. Os hieróglifos possuiam uma representação mais direta com a realidade, pois sua escrita era feita através de desenhos pictográficos. Antes dos hieróglifos, quando não se tinha uma escrita, os homens já pintavam suas cavernas tanto para representar o que eles iriam fazer, assim como para se comunicar com algum membro de sua família. Se ele fosse caçar um búfalo, ele poderia pintar um búfalo morto na parede da caverna. E servia de comunicação, porque se por exemplo, a mulher estivesse preocupada, “oh meu deus, para onde foi meu marido?” ai ela iria olhar a imagem do búfalo morto e iria pensar “ah, ele deixou um recado. Saiu pra caçar”. Claro que não sei se era assim, se a mulher iria pensar isso, ou o homem tinha feito de propósito, mas serve para ilustrar o seu uso.
Com o tempo, o indivíduo não precisa mais do concreto, para representar mentalmente os objetos externos. Ele internaliza e cria signos internos próprios da sua subjetividade.
Isso me faz lembrar um pouco a plasticidade neural e a vida de Albert Einstein. Quando ele morreu os cientistas queriam estudar o cérebro dele e saber o porque dele ter uma capacidade cognitiva tão excepcional. Achavam que ele tinha um cérebro maior do que o normal. Estavam enganados, Einstein tinha um cérebro do tamanho normal, só que a diferença, era que o cérebro dele tinha muitas e muitas vezes mais conexões sinápticas do que um cérebro comum. Eu li uma vez que ele afirmou que quando estava desenvolvendo a teoria da relatividade, ele se imaginou sentado na cauda de um feixe de luz. É como se o nível de desenvolvimento cognitivo estivesse ligado a capacidade de abstração e interligação entre diversos signos e símbolos internalizados. Pode-se pensar por exemplo, nos grandes teóricas da psicologia e os grandes filósofos. Essas pessoas tinham e têm, uma capacidade muito grande de abstração da realidade. Muitas vezes eles acabam criando sistemas simbólicos próprios para poderem dar conta de suas construções teóricas.
Para que o indíviduo internalize os sistemas simbólicos ele precisa interagir ativamente com o meio social. Outra vez eu consigo perceber uma conexão da teoria de Vygotsky com o Behaviorismo. Pois Vygotsky diz que o indíviduo primeiro age no meio, e as pessoas ao redor é que vão interpretar a ação do indíviduo a partir dos significados socialmente criados. Isso para mim é característico do comportamento verbal. “As pessoas ao redor” na verdade seriam a comunidade verbal.
Um bom exemplo ilustrativo disso são as gírias. Quando eu vim para Salvador eu não conseguia entender várias palavras que me diziam. Na verdade eu levei anos para entender o significado da palavra “nenhuma”, usado em forma de gíria aqui em Salvador. Eu também demorei a entender porque eu nunca perguntei o que queria dizer “nenhuma” e as situações em que as pessoas usavam eram muito diferentes. Eu não conseguia perceber um padrão. Vou dar alguns exemplos de situações. Alguém me pede uma caneta emprestada, eu digo que não vou emprestar, ela então diz: “É nenhuma vei”. Agora se ela me pede e eu quero emprestar, eu posso dizer: “É nenhuma, pode pegar”. Ou se eu digo que vou passar na casa de alguém, a pessoa pode dizer: “É nenhuma, passe lá depois”. Existem diversas variáveis para “nenhuma” em forma de gíria e eu não conseguia perceber de forma alguma. Com o tempo é que eu fui perceber que “nenhuma” era sinônimo de “tudo bem”, ou “beleza”. Isso mostra que para que o sujeito internalize os significados sociais é preciso que ele seja ativo nesse processo. Eu demorei muito tempo pra compreender essa gíria porque eu não questionei nem um membro da minha comunidade verbal a respeito disso.
Vou falar um pouco agora sobre pensamento e linguagem. A linguagem possibilita a comunicação entre os membros da espécie humana. O aprimoramento da linguagem se deu pela necessidade de uma comunicação mais específica interligada com as relações de trabalho.
Desde o segundo semestre quando eu estava estudando pensamento e linguagem, eu ficava pensando se uma pessoa tivesse conseguido nascer e crescer na selva e não tivesse tido contato nenhum durante sua vida com qualquer membro de uma comunidade social com uma linguagem cuturalmente desenvolvida, ela teria linguagem? E se ela tivesse, como seria ? Formulando essas perguntar eu pude compreender que na verdade, a linguagem serve também como mediação entre o sujeito e o mundo. Não seria só uma mediação entre o sujeito e o meio social, mas também com o meio natural.
Pensando nisso Vygotsky explica então justamente isso, dizendo que a linguagem tem um momento que é pré-intelectual. Na fase pré-intelectual da linguagem, não existiria a internalização dos sistemas línguisticos sociais. Seria uma fase onde o indivíduo agiria mais como reflexo do seu biológico. E ele diz então, que o pensamento tem origem e desenvolvimento diferente da linguagem, tendo o pensamento uma fase pré-linguística. Contudo em um certo momento do desenvolvimento humano, o pensamento e a linguagem se encontram, dando origem ao pensamento verbal e a linguagem racional. O pensamento verbal é bem característico das “falas interiores”. Já a linguagem intelectual pode expressar ações e objetos sem a necessidade da realização ou a presença dos mesmos.
O significado das palavras tem uma importância muito grande na constituição do pensamento verbal e na subjetividade do sujeito. Para Vygotsky, existe o significado propriamente dito de uma palavra, que seria aquilo que é compartilhado por todas as pessoas de uma comunidade verbal. E existe o sentido, que seria o significado que uma palavra tem para cada pessoa. Para mim a palavra “morte” significa algo natural, uma passagem, algo que não é bom, nem ruim. Já para uma outra pessoa a palavra “morte” pode ser uma coisa terrível, e tem muito receio e medo da morte, e sempre que essa pessoa ouve a palavra “morte” ela lembra de imagens ruins. Percebo que muitas tipos de terapias, acho que a cognitiva talvez, trabalhe essa subjetivação da linguagem em forma de pensamentos no sujeito.
O ponto principal de divergência entre Piaget e Vygotsky é o discurso interno e a fala egocêntrica. O discurso interno seria o “falar”, só que em forma de pensamento, para organizar, estruturar e auxiliar as funções psicológicas. Fica claro na teoria vygotskyana, que o sujeito ele produz a fala egocêntrica como uma passagem para o discurso interno. É uma passagem do concreto, do objetivo, para o particular e subjetivo do indivíduo.
“Diga-me com quem andas, e te direi quem és”, por Sócrates. Essa frase resume um pouco o que eu penso sobre a zona de desenvolvimento proximal. Ela seria a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenolvimento potencial. O nível de desenvolvimento real, seria o nível onde o sujeito já consolidou suas aprendizagens e pode utilizar seus conhecimentos de forma autônoma. Já o nível de desenvolvimento potencial, é o nível onde ele resolve algum tipo de problema com o auxílio de alguma outra pessoa. Eu penso que a frase de Sócrates pode ilustrar isso, porque ao decorrer do meu desenvolvimento eu aprendi determinadas coisas e adquiri certas habilidades. E essas certas habilidades é que podem me possibilitar aprender coisas novas. Só que eu só iria aprender coisas novas estando em contato com outras pessoas. Por exemplo, em relação a minha fascinação pelo xadrez. Quando eu jogava xadrez no colégio, eu jogava apenas contra outros colegas meus dentro do colégio. Chegou um momento que todos estavam praticamente no mesmo nível de jogo. Porém, quando eu comecei a frequentar o clube de xadrez, e comecei a jogar com outras pessoas mais experientes, meu nível de jogo tinha aumentado em relação aos meus colegas. Porém, meu nível de jogo mesmo depois de muito tempo, era inferior ao dos jogadores do clube de xadrez. Só que daí eu comecei a estudar algumas estratégias e táticas, a teoria do xadrez, e meu nível começou a aumentar novamente, agora em relação aos jogadores do clube.
As crianças vivem no agora. Tudo para elas devem ser realizadas de imediato. Só que muito dos desejos não podem ser realizados imediatamente, então o que ela faz? Ela cria uma situação imaginária, para satisfazer esse desejo. É ai que entra a função do brinquedo na constituição psíquica da criança. Imaginar de certa forma é realizar aquilo que não se pode realizar. Só que, as crianças estão ainda em um nível de inteligência prática. Elas ainda estão internalizando o mundo a sua volta. É por isso que elas precisam do brinquedo, para representar imaginativamente o que elas querem realizar. Já para os adultos, se os desejos no momento não podem ser satisfeitos, eles não precisam necessariamente passar para um dimensão concreta. Eles apenas criam uma imagem mental, imaginando que estam realizando o desejo.
Pensando nisso, eu fiz uma conexão com a psicanálise. Não sei se esse meu pensamento, é totalmente coerente com a teoria psicanalítica, mas para mim tem bastante lógica. Uma pessoa pode ter um desejo muito grande por determinada coisa, só que as condições de realização dessa coisa são para ela, impossíveis. Esse desejo acaba criando na pessoa uma exaustão mental muito grande. Porque por mais que ela imagine realizando esse desejo, ela não se sente satisfeita. Então, talvez, o próprio sistema psíquico da pessoa, como forma de amenizar o sofrimento dela, crie delírios e alucinações. É engraçado pensar isso, porque na infância um amigo imaginário pode ser algo natural do desenvolvimento da criança. E não, uma patologia em si. Acabei de ter um insight agora ( heheheheh ). Lembrei de Wilson, do Náufrago. Um amigo imaginário está para uma criança, assim como Wilson estava para o personagem de Tom Hanks. No filme ele utilizava Wilson como forma de estruturar os próprios pensamentos, e fazer uma organização psíquica. Isso foi importante para ele porque pôde manter a sanidade mental dele, apesar de ter sido um pouco afetado emocionalmente pela situação. Para a criança, o brinquedo, não serve apenas como uma realização do desejo, que ocasionaria o prazer, pois muitas vezes uma brincadeira, não é sinônimo de prazer. Mas serviria também como uma forma de organização psíquica da realidade.
Vygotsky afirma que toda brincadeira possui regras. Se uma criança brinca de polícia e ladrão, ela precisa seguir determinadas regras de comportamento de como um policial e um ladrão agem. E ele afirma que em um determinado momento, a regra torna-se um desejo. É a partir daí que as brincadeiras já não satisfazem mais o indíviduo. Pois agora, ao invés dele querer brincar de ser policial, ele quer ser o policial. A realização da regra, passa a ser a realização do desejo.
As teorias da aprendizagem de Vygotsky e Piaget se diferem pois eles formularam perguntas diferentes. Eu percebi uma coisa muito interessante a respeito do “de fora para dentro” de Vygotsky e “de dentro para fora” de Piaget. Claramente percebe-se na teoria de Vygotsky a sua influência do socialismo, da questão da comunidade, do coletivismo. Já para em Piaget, há a influência de um mundo capatilista, focando mais no individual.
Todas as teorias possuem uma contrução conceitual diferente. Eu faço uma analogia das teorias psicológicas, com os idiomas. Por exemplo, consciência, no behaviorismo quer dizer uma coisa diferente na psicanálise. A palavra é a mesma, mas o significado é diferente. Como no inglês não existe nem uma palavra que tenha o mesmo significado que a palavra em português saudade, muitas conceituações não podem ser traduzidas de uma teoria psicológica para outra. Só que no caso das teorias vygotskyanas e piagetianas, em um nível prático, elas podem ser complementares.

Wallon

Wallon coloca a emoção como contendo diferentes formas de expressão colocando o indivíduo em contato direto com o meio social. Seria um tipo de comunicação constituída anteriormente a fala. Coloca-se também que a emoção precede os processos de desenvolvimento psíquico e social do indivíduo. O que eu percebo ai comigo por exemplo, é que muitas vezes eu sinto algum tipo de sensação, medo, raiva, amor, prazer e muito depois é que essa emoção passa para um nível de reflexão mental, para os meus pensamentos. As vezes eu ajo instintivamente à uma emoção que eu esteja sentindo se ao menos me dar conta de algum processo de pensamento verbal.
Em sua teoria da Pessoa Total, Wallon coloca que o desenvolvimento humano é conflituoso tendo três aspectos centrais: a afetividade, a inteligência e o ato motor. Eu entendo esses três aspectos também colocando que a afetividade estaria ligada às emoções, sentimentos, sensações, o afeto em si. Já a inteligência aos processos cognitivos de coordenação das estruturas psíquicas. Já o ato motor à própria motricidade, aos movimentos corporais de fato.
No momento em a afetividade prepondera sobre a inteligência, o sujeito volta-se para a construção do seu, sendo esse processo chamado de Movimento Centrípeto. Ocorrendo o contrário, colocando-se a inteligência como preponderante, o indivíduo foca na construção do conhecimento e exploração da realidade. Esse movimento seria o Centrífugo. E a modificação, desenvolvimento e evolução da afetividade ou inteligência são reciprocamente influenciadas. Muitos conhecimentos que eu adquire intelectualmente influenciaram algumas questões minhas puramente existênciais. Por exemplo, ao estudar os astros, o universo como um todo, pude perceber minha insignificância em relação ao todo, a partir disso modifiquei algumas estruturas afetivas em relação a minha vida.
Na teoria walloniana tanto o biológico e o social são extremamente importantes e indissociáveis. Wallon acredita que é da essência humana a sociabilidade, colocando que o ser humano é geneticamente social. Isso me lembra um texto que eu li em etologia II, que os seres humanos eram biologicamente culturais. O texto trazia que as evoluções culturais só puderam acontecer pois o biológico dos humanos foi evolutivamente selecionado para propiciar tais alterações. Evidenciando que todos os aspectos da vida do sujeito são totalmente integrados.
Ele afirma que os indivíduos podem ser compreendidos como sujeitos sociais que ao longo do seu desenvolvimento vai se individualizando e constituído a própria personalidade. Isso me lembra um pouco a questão do bebê, que não reconhece o que faz parte do corpo dele e da sua mãe, e aos poucos é que vai fazendo essa diferenciação. Sendo que a comunicação dos bebês está intimamente ligada ao aspecto da motricidade do tônus, também dos gestos, do choro, dos berros, evidenciando também o lado emocional, pelo contágio afetivo para os adultos.
O contágio afetivo é muito importante para a criança na constituição do seu eu. Pois ela pode começar a entender melhor como se dá a comunicação social no ciclo de trocas, onde ela percebe quando determinados comportamentos dela são mais ou menos contagiantes para às outras pessoas. Outro dia mesmo eu fui numa festa de um amigo meu na casa da tia dele, e as primas dele, entre 8 e 10 anos, tentavam de todas as formas chamar a atenção das pessoas presentes na festa. Elas faziam algum tipo de comportamento, quando elas percebiam que ninguém estava elogiando, ou rindo para elas, elas mudavam e faziam alguma outra coisa. Essa questão do contágio afetivo fica explícita quando uma pessoa boceja e alguma, ou algumas outras pessoas em volta desta começam a bocejar também.
Vou falar agora um pouco dos estágios do desenvolvimento infantil. Começo então pelo estágio impulsivo emocional, que ocorre no primeiro ano de vida do sujeito. Eu já caracterizei um pouco quando eu falei da interação do bebê com seu meio social, pois a afetividade é que orienta as suas relações nessa fase.
O estágio sensório-motor e projetivo acontece até o terceiro ano de vida. Ao contrário da outra fase que é centrípeta, está é centrífuga, onde a criança por meio da sua sensório-motricidade irá explorar o mundo físico fazendo relações cognitivas com o meio.
O personalismo, que seria o terceiro estágio se dá dos três aos seis anos. O movimento se inverte novamente e o sujeito irá entrar em um processo de constiruição da sua personalidade. Nessa construção da consciência de si, a criança volta seu interesse para a relação com as pessoas, sendo marcado por três momentos: a oposição, a sedução e a imitação. A fase da oposição seria a chamada fase do Não. Ele faz a negação do outro para tentar constituir sua própria identidade. Já a fase da sedução é caracterizada pelo fato de a criança querer a atenção de todos voltada para si. E a da imitação é quando o indivíduo não se contenta com suas próprias qualidades e quer adquirir para sua personalidade características de outras pessoas. Até nos adultos essas características (oposição, sedução e imitação) são evidentes. A oposição são aquelas pessoas céticas, que são acreditam vendo, ou por meio de muita argumentação. Muitas vezes são isoladas. Já a da sedução percebo em pessoas que se preocupam com sua aparência ou com atitudes com as outras pessoas para que possam agradá-las e tenham a atenção delas. E a imitação é muito comum quando nós aproximamos demais de algumas pessoas e começamos a pegar alguns comportamentos e manias de outras pessoas. Vícios de linguagem, tiques nervosos e tudo mais.
A quarta fase no desenvolvimento infantil seria o categorial, ocorrendo por volta dos seis anos de idade. Com a consolidação da função simbólica e à diferenciação da personalidade a criança obtém muitos avanços em relação a sua inteligência. Ela começa a fazer abstrações cognitivas da realidade de forma mais coerente e concreta. A criança volta-se normalmente para o plano exterior
E o quinto e último estágio o da adolescência. Muitas características do estágio do personalismo retornam ao indivíduo. Para mim, o que mais aconteceu nesse estágio foi o de oposição, negando praticamente tudo o que meus pais diziam e procurando conhecer a realidade através de mim mesmo. Nessa fase as questões biológicas fazem muita diferença na questão avaliativa do desenvolvimento do sujeito.
Na construção da pessoa Wallon coloca o jogo de alternância entre a afetividade e a inteligência. Eu pude perceber que em cada fase há um predomínio de um aspecto sobre o outro. Quando uma a fase é afetiva, a próxima será da inteligência e a próxima novamente afetiva e assim sucessivamente. Isso não quer dizer que em cada fase só exista um aspecto, mas que apesar de em determinada fase haver a predominância de um aspecto, tanto a inteligência como a afetividade continuam a se influenciar e se completar. Eu percebo que mesmo depois da adolescência continua a ocorrer nas pessoas esse jogo de alternância, como se elas fossem mudando de tempos em tempos, da afetividade para a inteligência. Algumas pessoas costumam dizer “vou dar um tempo para mim” (afetividade). Ou então, “vou investir mais nos meus estudos” (inteligência). Na psicogenética walloniana, a pessoa é um ser inacabada que está sempre se modificando e se reconstituindo.
O indivíduo em sua caminhada evolutiva necessita a todo momento de contato com outro e das interações e vivencias grupais, pois é só assim que ele poderá realmente construir sua personalidade, se diferenciando do outroa. Nesse ponto fica claro a importância do ambiente familiar e escolar na constituição da pessoa.
Para Wallon a relação eu-outro é de fundamental importância na constituição corporal e psíquica da pessoa. Ele fala do Eu Corporal, que como eu mencionei mais acima, está relacionado a questão de o bebê não diferenciar o que é seu e o da sua mãe. Na verdade o bebê não sabe também o que faz parte do seu próprio corpo. Muitas vezes ele pode morder alguma parte do seu corpo e começar a chorar, pois ele ainda não diferencia seu próprio corpo dos objetos do meio exterior. A consciência corporal é fundamental para se obter a consciência de si. Eu já fiz Yoga durante um tempo e percebi muito isso. A relação do corpo com o meu Eu Psíquico. Pois muitas características como rigidez ou flexibilidade em algumas posturas, ou a maneira de respirar se mostram presentes em outros aspectos da minha vida. O Eu Psíquico para Wallon integra tanto o afetividade como a inteligência, sendo também influenciada como demonstrei no meu exemplo pelo Eu Corporal.
Para mim a teoria walloniana parece uma mescla da teoria piagetiana com suas fases do desenvolvimento, e da wygotskiana com a relação eu-outro, sendo importante essa construção do meio social pelo sujeito.

Seleção de Aulas e Momentos Marcantes

Bem, começando pela primeira aula, que eu me lembro, que foi a criação do quadro de metacognição. Foi interessante, porque eu consegui lembrar pouquíssimas coisas do que eu tinha estudado.

Um dia interessante foi a do balão. Que tinha que enfiar o palito na bola e ela não estourar. Eu me lembro que eu fazia direto isso quando era pequeno. E na sala eu dei muita risada porque as pessoas não acreditavam que isso era possível. E depois que conseguiram foi literalmente uma quebra de paradigma.

Achei as aulas dos vídeos todas muito interessantes, mas o vídeo que mais me marcou foi o do Skinner. Porque mostrou a aplicação das teorias dele, que até então eu achava que era algo meio que “mecânico” por assim dizer. Mas para mim pareceu muito semelhante com o jeito da psicologia humanista lidar com a aprendizagem.

O dia em que foi construído as fases e processos de aprendizagem de Gagné também foi marcante, porque eu me lembro que eu fiz com Lorena e Caio, e me lembro que a gente só errou uma, ou foi duas posições do quadro todo. Só que na hora que a gente começou a montar a gente tava meio confuso de como iríamos montar, mas depois criamos uma lógica a partir dos conhecimentos até então aprendidos a cerca da aprendizagem e fizemos as associações.

Ah, o dia em que foi falado da equilibração majorante também foi interessante. Porque a professora contou um caso dela que foi pra um instituto de física acho, de alta tecnologia e não conseguia entender nada. Ai eu associe com minhas experiências, que eu já pensei em fazer física, ai fiquei pensando “poxa, mas física é tão legal, como alguém pode não gostar, ou pelo menos ficar de mente aberta para tentar compreender”. Ai comecei a perceber melhor que as pessoas tem certos bloqueios que interferem na própria aprendizagem. Ai perto do final da aula, Catrine fez uma cara que não tinha entendido, ai eu fiz uma intervenção dizendo algo tipo: “Catrine agora ficou na equilibração simples”.

Ter visto o filme Náufrago com um olhar vygotskyana foi muito interessante. Como um indivíduo reage a um ambiente e situações diferentes, fazendo testagens e tudo mais. E a necessidade de organização simbólica do personagem de Tom Hanks, que acabou criando o Wilson, foi uma apreensão muito boa que consegui internalizar.

Mas acho que o mais engraçado foi o dia da montagem do quebra cabeça que parece um tangram. Como sempre eu tentei fazer uma atividade coletiva de forma individual. E o que achei engraçado também foi a aula seguinte em que a professora falou pra toda a turma as anotações que ela tinha feito. Eu me lembrei que ela anotou algo: “Juliano abre a carteira”. Hehehehehe.

Prática Investigativa

A prática investigativa foi sobre aprendizagem acelerada, ou super aprendizagem, algo que eu pesquiso já há algum tempo. Mas como a gente sempre acaba aprendendo coisas novas, vou por algumas coisas que acabei aprendendo a mais com essa prática e claro, fazer referências a algumas que eu já sabia.
Eu aprendi que podemos ficar mais propensos à qualquer tipo de aprendizagem quando entramos e um determinado nível de frequência cerebral, que é a alfa. Esse estado pode ser obtido através de alongamentos, respirações profundas, música clássica ou sons da natureza, afirmações positivas, etc.
Pude apreender também que os fundamentos da memorização são: atenção, observação e associação. Para se conseguir reter algum tipo de informação na memória, é preciso associar de alguma forma essa informação com algum tipo de codificação mental. Por exemplo, você quer gravar o nome de uma mulher chamada Marisa, que tem os cabelos ondulados. Então você associa as ondulações do cabelo dela com as ondulações do mar. Então associa o mar do nome dela com o cabelo ondulado. Ou então pode imaginar essa mulher fazendo uma propaganda da marca com o mesmo nome dela. Há uma infinidade de possibilidade de associações que irá variar a partir dos conteúdos pessoais.
Aprendi também que nossa leitura pode ser otimizada através da leitura dinâmica, que seria uma leitura mais rápida do que o convencional. E através da fotoleitura, que seria um método onde você irá procurar no texto as informações que você quer, além de conseguir uma compreensão muito maior do conteúdo geral do que a leitura convencional e em muito menos tempo.
Outra coisa que aprendi mais foi sobre os mapas mentais. Nele podemos organizar informações que queremos de forma mais objetiva, apresentável e de fácil entendimento. E os mapas mentais facilitam a memorização, pois um signo do mapa mental já aciona na memória diversas informações. Em suma, aprendi técnicas que facilitam o estudo e a aprendizagem a nível mais cognitivo claro, mas que em certo nível podem ser aplicados a outros tipo de aprendizagem como por exemplo os esportes. Um acrobata para memorizar as sequências acrobáticas possibilitando uma encorparação dos conteúdos ao corpo. As técnicas de relaxamento em geral podem ser usadas para todos os âmbitos da aprendizagem.

E a baixo trago um vídeo sobre fotoleitura. Se quiser assistir em tela maior, clique duas vezes na tela para ver o vídeo no próprio site do youtube.

Síntese Conclusiva

Essa disciplina foi um experiência extremamente enriquecedora para mim. Eu aprendi novas concepções e definições a cerca da aprendizagem que anteriormente eu tinha muito superficialmente. Quebrou algumas paradigmas meus, principalmente o do desempenho atrelado à aprendizagem. Eu comecei a refletir que o desempenho seria a expressão pública do que se aprendeu. Mas muitas vezes uma pessoa pode ter se dedicado muito mais à aprendizagem do que outra pessoa, mas ter um desempenho menor. Pois a expressão da aprendizagem é individual e existem algumas pessoas que não conseguem se adequar a determinados tipos de avaliações. E essa disciplina pôde proporcionar aos alunos uma aprendizagem além do desempenho. As notas foram apenas uma forma de avaliar o aluno a partir de alguns critérios necessários para que a professora avalia-se a apreensão de certos pontos que ela acha fundamental, mas que de forma alguma interferiu de um modo geral, a expressão individual da aprendizagem dos conteúdos da disciplina.
Eu aprendi muito mais coisas do que sabia sobre Piaget, Vygotsky e Wallon. Principalmente pelo fato de que nas reflexões eu associe com vários âmbitos da minha vida. Até Wallon, que para mim era um autor desconhecido, pude aprender, assimilar e acomodar algumas concepções fundamentais de sua teoria.
Fiquei muito motivado com essa disciplina ao ponto de querer me aprofundar um pouco mais meus estudos de psicologia na área da educação. Porque consegui ter alguns insights de que a aprendizagem para o individuo é de fundamental importância na sua constituição psíquica. Tentar levar uma educação de qualidade e metodologias facilitadoras que visem a expressão particular é algo que me motiva bastante. Eu fico pensando nas crianças. De como uma pessoa pode ser um adulto mais integrado quando sua educação infantil foi bem desenvolvida.
Fico bastante feliz de ter participado desta disciplina e aproveitado ao máximo da experiência enriquecedora que foi ter um contato maior com as dinâmicas e estudos sobre a aprendizagem.